Taxas de Cesárea por grupos de Robson

Ilustração: Marcella Briotto | Design gráfico: Laila Rodrigues

 

Para entender melhor sobre a classificação de Robson, leia o post no blog Entenda como são classificados os dez Grupos de Robson.
Neste texto eu vou mostrar as estatísticas da minha prática no setor privado.

Abaixo você vai encontrar as tabelas da proporção de mulheres e de cesáreas por grupos de Robson agrupados da minha prática no setor privado no período de 2004 a 2022, com 1794 partos acompanhados e a tabela dos dados da Suécia para o ano de 2019.

A escolha da Suécia para comparação é devido ao fato de que os países nórdicos são considerados pela OMS como padrão ouro na qualidade da assistência ao parto, com baixas taxas de cesáreas e intervenções no parto e baixas taxas de complicações maternas e neonatais e pelo fato deste país disponibilizar anualmente seus dados para consulta pública no site da Sociedade Sueca de Ginecologia e Obstetrícia.

Fonte: www.sfog.se/start/ar-grupper/robson-arg/start/

 

Grupos 1 e 2

Os grupos de Robson 1 e 2 incluem as mulheres que nunca tiveram um parto, grávidas de um único bebê de cabeça para baixo e no nono mês de gravidez (com 37 semanas ou mais).
Dos 1994 partos acompanhados, 53% faziam parte desse grupo, e a taxa de cesárea do grupo foi de 16,3%. Como é um grupo grande, representa 54% de todas as cesáreas realizadas e contribuiu com 8,7 pontos percentuais para a taxa de cesárea global de 16,1%.

Grupos 3 e 4

Esses grupos incluem as mulheres que já tiveram um parto normal anterior, nunca tiveram uma cesárea, grávidas de um único bebê de cabeça para baixo e no nono mês de gravidez (com 37 semanas ou mais). Estes grupos representaram 23,5% dos partos acompanhados. Por se tratar de mulheres que já tiveram um parto normal, a taxa de cesárea foi baixíssima, de 1,4%. De todas as cesáreas realizadas, apenas 2,1% foram em mulheres pertencentes a esse grupo, que contribuiu com 0,3 pontos percentuais para a taxa geral de cesárea de 16,1%.

Grupo 5

Esse grupo representa as mulheres que já tiveram uma cesárea anterior, independente de terem tido ou não um parto normal, com um único bebe, de cabeça pra baixo, a termo.
Mulheres com cesárea anterior têm um risco maior de precisarem de uma outra cesárea, mas ainda assim a chance maior é de terem um parto normal. Das mulheres acompanhadas, 14,3% faziam parte desse grupo e 23,3% precisaram de uma cesárea, que representou 20,8% de todas as cesáreas realizadas e uma contribuição de 3,3 pontos percentuais para a taxa de cesárea global de 16,1%.

Grupos 6,7 e 9

Representam as mulheres grávidas de um único bebe que não estava de cabeça pra baixo no momento do parto. Nesses grupos estão as maiores taxas de cesárea (73%), mas como representam uma pequena proporção de mulheres (2,7%), acabou não interferindo significativamente na taxa geral de cesárea. O grupo foi responsável por 12,5% das cesáreas e contribuiu com 2 pontos percentuais para a taxa global de 16,1%.

Grupo 8

Mulheres com gestação gemelar. Das mulheres acompanhadas, 1,5% pertenciam a esse grupo e tiveram uma taxa de cesárea de 51,9%, que contribuiu com 4,8% de todas as cesáreas e com 0,8 ponto percentual para a taxa geral de 16,1%.

Grupo 10

Representa as mulheres com menos de 37 semanas de gravidez no momento do parto. 4,6% das mulheres acompanhadas pertenciam a esse grupo e tiveram uma taxa de cesárea de 20,7%, contribuindo com 5,9% de todas as cesáreas e 0,9 ponto percentual para a taxa global de 16,1%.

A figura abaixo representa o tamanho dos grupos de Robson da minha prática privada (AC) e da Suécia e as cores indicam a proporção de cesárea de cada grupo.

 

Design gráfico: Laila Rodrigues