
Nas últimas décadas tem havido um aumento progressivo na taxa de cesárea da maioria dos países, por fatores ainda desconhecidos. Esse crescimento é um grande problema de saúde pública e causa debates em todo o mundo devido, entre outros motivos, aos potenciais riscos maternos e perinatais associados.
Para ajudar na interpretação das causas desse aumento e na implementação de mudanças favoráveis, a Organização Mundial de Saúde – OMS adotou a Classificação de Robson para agrupar mulheres quando são admitidas no hospital para terem o parto, de forma que possamos comparar as taxas de grupos homogêneos.
Tradicionalmente, monitoramos as taxas de cesárea usando a porcentagem geral de partos. Variações nesta “taxa geral de cesárea” são difíceis de interpretar e comparar devido a diferenças nas características das mulheres (por exemplo, percentual de mulheres com cesárea anterior, necessidade de indução, gemelares, pélvicos, etc).
As variáveis usadas para a Classificação de Robson são: se a mulher já tem filhos, se já teve cesárea, se o bebê está de cabeça para baixo, sentado ou transverso, se é gestação única ou gemelar, se a idade gestacional está abaixo ou acima de 37 semanas, se o parto tem início espontâneo, é induzido ou se é feita uma cesárea eletiva.
De acordo com essas variáveis, classificamos as mulheres quando elas são internadas para terem o bebê da seguinte forma:

Cada grupo tem uma taxa diferente de cesárea, e a quantidade de mulheres de cada grupo varia de acordo com a complexidade do hospital ou serviço de saúde.
Abaixo, siga o organograma e veja como a mulher que chega ao serviço de saúde ou hospital para ter o bebê é classificada.
Abaixo, veja as taxas de cesárea por grupos de Robson de pacientes acompanhadas pela obstetra Andrea Campos. Foram 1427 partos acompanhados entre 2004 e 2018, no setor privado. Os dados são comparados com os do setor privado do Brasil (de acordo com a pesquisa Nascer no Brasil) e com as estatísticas da Suécia, um dos países com melhores resultados perinatais do mundo.
Abaixo, taxas de cesárea dos Hospitais Privados da cidade de São Paulo, de acordo com as informações do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC), de dezembro de 2018, contidas nesse site.

