Quando descobri a gravidez do meu terceiro filho, junto com a imensa alegria da descoberta, veio também toda a insegurança e o medo do que seu nascimento reservava. Eu tinha alguma noção, de grupos internacionais, de que provavelmente teria que ser uma cesárea, pelo risco aumentado de uma nova rotura uterina.

Cesárea eletiva necessária: Nascimento do Lucas

09/2011- cesárea desnecessária, bolsa rota

12/2014- vbac, ruptura uterina

02/2018- cesárea eletiva necessária

Quando descobri a gravidez do meu terceiro filho, junto com a imensa alegria da descoberta, veio também toda a insegurança e o medo do que seu nascimento reservava. Eu tinha alguma noção, de grupos internacionais, de que provavelmente teria que ser uma cesárea, pelo risco aumentado de uma nova rotura uterina.

Então, antes mesmo de entrar no segundo tri, já havia levantado a bibliografia a respeito e conversado com praticamente todos os profissionais ligados à humanização. Meu filho viria numa cesárea necessária, antes de qualquer sinal de tp, no exato dia em que eu entrasse na 37a semana.

O pré natal foi muito tranquilo, sem nenhuma intercorrência. Como a gestação era alto risco, não só por conta de uma nova ruptura e/ou complicações mas também porque eu já tenho 38 anos, acompanhamos o desenvolvimento do bebê mais de perto com ultrassons mais frequentes. Com 36 semanas comecei a sentir contrações ritmadas e diminuí minhas atividades diárias, pegando mais leve. Achei algumas evidências de benefícios de ciclo de corticóides em bebês nascidos a termo precoce e optei por fazer um ciclo 48h antes do nascimento.

E então chega o dia. Um nervosismo enorme toma conta de mim. Depois da internação seguimos para o quarto e faço alguns exames pré cirúrgicos. Troco de roupa e sigo para o CO.

O anestesista prepara a ráqui enquanto meu marido se paramenta. A luz da sala foi apagada, o ar desligado. Eu choro de nervoso e medo. A GO sugere ao meu marido colocar uma música e ele põe Jack Johnson.

Uma expectativa imensa enquanto começam a cortar. A médica vai devagar por conta das aderências.

E então, ao abrir o útero, antes mesmo de sair, meu bebê começa a chorar. E nesse momento todo o meu medo foi embora, e aquele foi o som mais doce que eu já ouvi. E ele veio direto ao meu colo, ligado na placenta, olhos abertos, choro forte, alerta e bem.

Com 15 minutos de vida quis mamar e ficou mamando até terminarem de suturar.

Aí abrimos a janelinha onde toda a família aguardava ansiosa. Apresentamos o bebê aos seus irmãos, outro momento lindo.

Fomos para a sala de recuperação, onde o bebê seguiu mamando.

Foi a mais linda experiência de nascimento que pude presenciar, respeitosa a mim e ao meu filho. Cheio de carinho, sem nenhuma intervenção desnecessária a ele. Tudo feito com calma e no tempo dele, que pesou 3015g e mediu 48cm. O tempo todo meu marido esteve presente e acompanhou a mim e ao bebê. Fomos sempre juntos.

Depois de um tempo fomos para o quarto. Lucas precisou ficar alguns minutos no berçário em bercinho aquecido para elevar alguns décimos de grau sua temperatura (acho que apesar de termos ficado o tempo todo no pele a pele, a temperatura da sala de recuperação estava um pouco baixa). Mas assim que ele foi aquecido e tomou banho, veio para o quarto em alojamento conjunto, onde ficou até termos alta.

Agora o desafio é lidar com a recuperação da cirurgia e o cuidar de uma casa com três crianças. Não tem sido fácil, mas tenho tido muito apoio e carinho da família. Agora que tudo passou, consigo relaxar e curtir meus três bebês, feliz pela família linda que tenho!

Equipe: Andrea Campos GO, Ricardo Coutinho neo, Mariana Milanez “doula virtual”, Fe Lopes psicóloga, Bia Takata vídeo, Gabi Trevisan foto, hospital Albert Einstein.