Meu parto foi uma experiência positiva por ter sido natural, sem intervenções, sem protocolos padrão a serem seguidos, e por ter acontecido de maneira respeitosa com meu corpo, meus instintos e meu bebê.

Relato de um parto natural e empoderador: Nascimento do Henrique

Foto: Katia Ribeiro

Decidi procurar uma assistência humanizada por acreditar que tanto mãe quanto filho merecem ter suas escolhas e tempos respeitados. Nascer é natural e eu queria um parto assim, natural. No parto humanizado eu sabia que as intervenções só seriam feitas se fosse necessário e eu não estaria à mercê de médicos que criam mitos e falsas verdades para direcionarem as mães para cesáreas desnecessárias, ou que não sabem conduzir um parto normal e acabam fazendo intervenções protocolares sem real necessidade (indução do parto, episiotomia, tricotomia, etc). Ou que não conduzem a gestante para as posições de parto mais adequadas e acabam proporcionando lacerações que poderiam ser evitadas.

Eu sabia, também, que no parto humanizado a golden hour seria respeitada, que o cordão só seria cortado depois que parasse de pulsar, e que qualquer outro procedimento com o bebê só seria feito se necessário. O meu pequeno nasceria e viria direto para o meu colo, para o meu peito, mamar! Seríamos respeitados antes de tudo. Não haveria mentiras, mitos. Somente verdades.

Então, quando engravidei, passei por dois médicos antes de chegar à equipe da Casa Moara. A procura foi longa. O primeiro médico me disse que nenhuma mulher merecia ficar em posição de frango assado para parir. Segundo ele, cesárea era a solução para isso, pois era mais digna.

A segunda médica me disse que apoiava o parto normal, mas à medida que a gestação avançava ficou claro que ele tinha que ter dia e hora para acontecer, pois ela está longe do hospital e a equipe se limitava a ela, pois ter doula ou obstetriz era muito natureba. E o parto teria que ser comigo deitada, pois parto em posição livre era muito moderno para ela.
Percebi que com ela seria cesárea ou, no máximo, parto normal induzido, com episiotomia ou lacerações, por falta de orientação.

Até que conheci a Dra. Andrea Campos, que me tranquilizou e me ensinou mais ainda mais sobre o parto humanizado. Sabia que estava com uma equipe que conduziria o parto com o mínimo possível de intervenções, e que me orientaria para ter um parto o mais natural possível.

As consultas com a Dra. Andrea e com a obstetriz Priscila me deixavam extremamente tranquila e consciente do que estava acontecendo comigo e com o bebê, e do que esperar a cada etapa da gestação e do parto. Eram momentos de aprendizado, em que falávamos sobre a gestação e parto de forma esclarecedora, sem mitos.

Essas informações foram muito importantes como forma de preparo para o parto. Para ampliar meus conhecimentos sobre o assunto, li o livro Parto Ativo, li teses de doutorado e mestrado, e assisti O Renascimento do Parto.

Já para me preparar fisicamente para o parto, fiz fisioterapia e fortalecimento do períneo, tanto na fase inicial da gestação quanto na fase final, preparando para a contração e a expulsão. Fiz pilates, e também joguei tênis até o quinto mês. Tudo isso foi fundamental para que eu estivesse emocionalmente, psicologicamente e fisicamente preparada para o parir.

Foto: Katia Ribeiro

Meu parto foi tranquilo e respeitoso como eu queria que fosse. A doula chegou na minha casa e eu já estava em estado avançado do trabalho de parto. Fomos direto para o hospital, onde a equipe da Casa Moara estava me esperando já no elevador, com um belo sorriso e um abraço bem apertado.

Ao chegar na sala de parto, com toda a calma, todos estavam ali para me auxiliar a trazer o Henrique ao mundo da forma mais natural possível. Afinal, nascer é natural! E, com sua maestria, a Dra. Andrea foi coordenando a equipe para que o parto fosse tranquilo e sem intervenções.

Ao nascer, o Henrique ficou comigo o tempo inteiro, mamou logo em seguida, e ali começamos o nosso laço maternal, tão importante para a relação mãe e filho.

Meu parto foi uma experiência positiva por ter sido natural, sem intervenções, sem protocolos padrão a serem seguidos, e por ter acontecido de maneira respeitosa com meu corpo, meus instintos e meu bebê.

Ter passado por essa experiência fez nascer não só meu filho, mas também me fez nascer mãe. Uma mãe empoderada, dona de si e do seu corpo, com ainda mais garra e determinação.

Foto: Katia Ribeiro