Fui avisada de que Teresa estava começando a mostrar sinais de cansaço, e que não tínhamos muito mais tempo para esperar. Eu lembro nitidamente desse momento, quando fui embora do mundo, entrei em mim e fui buscar a minha filha.

Relato de parto induzido com ocitocina: Nascimento da Teresa

Trabalho de parto na bola de pilates
Foto: Nathalia Cunha

Foi necessária uma maratona para que eu, meu corpo e Teresa juntos pudéssemos iniciar esse novo ciclo de vida.

Eu tive uma gravidez de livro, tudo exatamente como deveria ser. Ganho de peso ideal, evolução da gestação padrão, Teresa ganhando peso e crescendo perfeitamente compatível com o tempo de vida. Eu esperava um parto simples: rápido, normal, humanizado e potente, sem nenhuma intervenção.

Minhas contrações começaram às 5h da manhã do dia previsto para ela nascer, e eu focava a cada onda imaginando que até o final do dia meu bebê estaria no meu colo. Mas meu corpo e Teresa não quiseram assim. Depois de um dia inteiro de contrações a cada 5 minutos, eu não tinha dilatado. Chegou a noite, a madrugada, e nada fazia o parto evoluir. Passamos 24 horas em casa tentando de tudo para fazer o trabalho de parto avançar, até que decidimos ir para o hospital. Antes de irmos, entrei no banho e chorei durante um tempo que pareceu uma eternidade. Eu não sabia o que iria acontecer com meu corpo, mas queria muito que Teresa chegasse por parto normal.

Chegamos no hospital e acabei fazendo indução por ocitocina, pedi analgesia, concordei que a obstetra rompesse a bolsa, e a cada decisão dessas eu me afastava do meu plano de parto ideal.

trabalho de parto na banheira
Foto: Nathalia Cunha

Fui avisada de que Teresa estava começando a mostrar sinais de cansaço, e que não tínhamos muito mais tempo para esperar. Eu lembro nitidamente desse momento, quando fui embora do mundo, entrei em mim e fui buscar a minha filha. Pouco depois senti ela descendo. Nos posicionamos para o expulsivo e, depois de 37 horas, Teresa chegou. Em um parto natural, humanizado e potente, com intervenções necessárias e respeitosas, em uma experiência muito maior do que a que eu planejei.

As decisões que me fizeram abrir mão do meu parto ideal foram as mesmas que permitiram que meu corpo pudesse trazer minha filha ao mundo como eu queria. Meu corpo tinha seu próprio plano, e nesse dia me ensinou sobre uma força minha que eu até então desconhecia. Com o apoio do meu marido e da equipe mais carinhosa e competente do planeta, no dia 25 de Maio, renasci com Teresa.