Voltou para o meu colo, chorando, e se acalmou. Ficou quieto, deitado no meu peito, descansou e coloquei ele perto do meu peito. Ele abriu a boca, e às 2:20 já estava mamando. Ficou bastante tempo mamando ali comigo, eu cheia de sangue, mecônio, suor, fios pendurados e ele deitado ali comigo, cheio de vida, mamando com o olho aberto, olhando para mim.
Relato de cesárea necessária e parto normal após cesárea
Eu sempre quis ter filhos, mas nunca me apressei, sempre achei que quando chegasse a hora seria só parar de tomar a pílula. Então, quando estava com 30 anos, depois de estar com o meu marido há 4 anos, 2 anos morando juntos e 1 ano de casados, decidimos parar de tomar a pílula.
Mas não foi simples como eu imaginava. Depois de um ano tentando e já muito ansiosa, conseguimos, e depois de 45 dias nos disseram que não iria pra frente a gravidez. Por essa eu não esperava, caí do cavalo bonito, com a cara no chão, sofremos muito.
E mais um ano tentando, indo em especialistas e fazendo mil exames, acupuntura, simpatias, etc, mês após mês um choro desconsolado, até que conseguimos novamente engravidar. Ainda estávamos com muito medo, dessa vez não contamos nada pra ninguém e logo no começo eu tive um descolamento de placenta e precisei ficar em repouso até 12 semanas, e então o descolamento sumiu.
Só então, nesse momento de alívio, tudo indo bem, exames ótimos, bebê evoluindo perfeitamente, que eu fui lembrar do parto. Resolvi fazer yoga para gestantes aqui perto de casa, e na consulta pré-yoga, conversando com a Cris Balzano tive um choque de realidade. Não conhecia o mundo humanizado e não fazia ideia do que era. Ela me passou o telefone da Andrea Campos e eu liguei para uma amiga que tinha feito um parto com ela há uns dois anos, mas nós nunca havíamos conversado sobre isso.
Já logo fomos num encontro de gestantes do Gama e assistimos o filme O Renascimento do Parto. A partir daí não tinha mais dúvidas da nossa escolha. A consulta com a Andrea foi a cereja do bolo, sensacional, nem parecia que estávamos no médico, e então estávamos também no mundo humanizado.
Eu fiz toda a preparação de primeira gestação, estava com tempo para estudar o assunto e me preparar fisicamente. Yoga duas vezes por semana, pilates duas vezes por semana, Fisio no finalzinho, epi-no todos os dias e os exercícios da fisio, tudo indo bem. Mas o colo não afinou nada. Fizemos alguns procedimentos no consultório, acupuntura em casa, e acabou tendo que induzir nos últimos dias.
Foram 2 dias de indução no hospital, até que o colo afinou e a Andrea estourou a bolsa e entrou com a ocitocina. Ela ficou lá com a gente, não saiu da sala durante todo o trabalho de parto. Além da doula e da Cris, ter a Andrea junto nos passou uma segurança ainda maior. Depois de 18 horas ainda com ocitocina no braço, 7cm de dilatação, o trabalho de parto parou de evoluir, minha cabeça não estava preparada para aguentar aquela dor durante tanto tempo. Pedi a anestesia e a Andrea concordou.
Os batimentos da Teresa caíram, não estavam normalizando. Antes que pudesse acontecer qualquer coisa, a Andrea decidiu por uma cesárea. Foi um susto pra mim, não esperava por isso. Não era isso que eu queria, não foi pra isso que eu me preparei tanto, me senti culpada, se eu aguentasse a dor mais um pouco não teria caído os batimentos, chorei muito. Tinha acabado de falar pro meu marido sair da sala e ligar pros nossos pais pra dizer que eu tinha tomado a anestesia e ia demorar mais um pouco. Ele estava fora da sala. Quando voltou, chorei de novo.
A Andrea nos tranquilizou explicando que era a melhor opção. Depois de passado o susto fomos pra sala da cesárea e foi o parto mais lindo que eu já tinha visto! Ela veio direto pro meu colo, não passou na mão de ninguém, mal chorou e já estava calma, deitada no meu peito, veio mamar, tranquilamente, olhando pra mim, na penumbra. Não teve intervenções, ninguém pegou ela, ela se acalmou e ficou comigo. Chegou a Ana Paula e direcionou ela para o meu peito, e ela pegou o jeito rapidinho, já estava mamando. Não sei quanto tempo ficamos lá, nem sei quantas pessoas tinham na sala.
Quando saímos da sala de parto tivemos outro susto. A Teresa teria que ir para a semi intensiva pois eu tive febre durante o trabalho de parto e ela precisaria tomar antibiótico. Não acreditei, não caiu a ficha, ela não ia para o nosso quarto, ela ia ficar sozinha num berço longe de mim. A segunda mamada eu não pude dar pois não podia levantar ainda por causa da anestesia, eles deram fórmula pra ela lá na semi, e foi isso que provavelmente causou a APLV que ela desenvolveu logo no segundo mês de vida.
À noite chorei muito no quarto. Me senti responsável por ela não estar comigo, por deixar ela sozinha, não queria ficar lá, não podia passar a noite toda sentada na semi intensiva. Liguei para o médico antigo pra contar que a Teresa tinha nascido e ele falou que eu fui irresponsável por ter arriscado a vida da minha filha fazendo parto humanizado, que poderia ser muito pior. Não ajudou em nada essa ligação, só me fez sentir pior.
Falei com a Cris e ela me passou o telefone do Alexandre Coimbra Amaral, que estava em São Paulo por acaso, procurando casas para se mudar de vez pra cá, e ele foi no hospital conversar com a gente. Foi melhor que anestesia, ele veio e com toda delicadeza do mundo, com a fala mansa, tirou toda a dor que nós estávamos sentindo. Saindo da conversa com ele ainda recebemos outra notícia maravilhosa. Era quinta-feira, último final de semana antes do Natal, e a semi intensiva ligou pra Ana Paula perguntando se podia transferir a Teresa pra um quarto pois, como tinham muitas cesáreas agendadas para o dia seguinte, era necessário liberar os leitos da semi intensiva e da UTI. Fomos todos para o quarto da UTI infantil e ficamos juntos até nos liberarem para casa.
Aí sim foi um alívio mesmo. Todo o peso das nossas costas ficou naquele hospital e deixamos lá. Nunca mais pensei sobre a semi, o antibiótico, os exames. Na minha memória ficou a Teresa mamando na sala de parto, o meu marido cortando o cordão umbilical, a luz baixa, o cheiro dela, o sangue nas minhas mãos, no meu rosto, as fotos maravilhosas da Lela, nem da dor das contrações eu lembrava mais.
Minha nossa, como filho dá trabalho! Não dá chupeta, televisão, iPad, celular, faz livre demanda, dia todo no colo, cama compartilhada, dieta para APLV, faz oficina disso, daquilo, senta, vira, rola, engatinha, BLW, comida no chão, comida no cabelo, peito pra cá, lê esse texto aqui, só mais esse, esquece dormir. Outro filho? Jamais!
Quando a Teresa fez um ano, passou a alergia dela e liberou minha dieta, então fizemos uma viagem incrível, só nós 3, no meio do nada, Natal e Ano Novo. Foi revigorante (mesmo dormindo ainda menos que o normal).
Voltando pra São Paulo começamos a conversar sobre os nossos pais e a relação deles com os irmãos na terceira idade, quando muitos dos amigos já foram, o elo que se forma é ainda maior do que temos hoje nós dois com os nossos irmãos. Foi pensando nisso, e na delícia que é ter filhos e acompanhar de perto a formação de um ser humano, o amor inexplicável que a gente sente que vem do nada e parece que não tem limite, a responsabilidade de criar seres mais humanos pra coabitar, cuidar e respeitar esse planeta e as pessoas que habitam nele.
Em fevereiro tirei o DIU, enchi o saco da Andrea para fazer exames para ver se eu não tinha nenhum problema para engravidar, e ela não fez. Na primeira tentativa, não deu certo. Pedi de novo para que ela fizesse exames em mim, mas não adiantou. Ela me mandou para a acupuntura e eu fui a contra gosto, não gosto e acabei fazendo muito pra engravidar da Teresa. Fiz uma sessão. Não quis mais.
Segunda tentativa. Deu certo!!! Que alegria! Não conseguia acreditar!
Segunda gestação. Amo ficar grávida, me sinto iluminada, cabelo lindo, pele linda, barriga linda. Não tenho dores, enjoos, inchaços, nenhum desconforto. Dessa vez não me preparei como da outra, a Teresa tinha um ano e três meses quando eu descobri a gravidez, demandava muito ainda, o tempo todo em casa comigo, colada em mim como nos primeiros dias.
Consegui fazer pilates e algumas aulas de yoga. Fiquei mais preocupada em preparar a Teresa pra receber o irmão e aprender a se separar de mim mesmo que por pouco tempo. Fiz as consultas com a fisio mas não tive tempo nem disposição pra fazer os exercícios e o epi-no. Filho cansa, gravidez cansa, estava sempre com sono e sem tempo pra dormir.
Quando a Teresa fez um ano e oito meses começou a escola, depois de um tempo fiz desmame noturno para ela parar de acordar de 10 em 10 minutos, continuamos com cama compartilhada mas sem acordar a noite toda, e comecei a deixar ela sozinha com o meu pai e minha madrasta umas duas ou três horas por semana, pois seriam eles que ficariam com ela no dia do parto.
A preparação dessa vez não foi tão física, mas sim emocional, não só da Teresa como de nós dois. Fiz acompanhamento semanal com a doula para conversar os problemas emocionais do parto principalmente e o que fazer nessas horas. Não conseguia escolher a obstetriz que iria me acompanhar, a DPP era no meio das festas de Natal e Réveillon e estariam todas viajando, exceto a Cris. Eu sou um pouco supersticiosa e achava que se eu estivesse com a mesma equipe iria novamente virar uma cesárea, então fui relutante, até que na última consulta fui conversar com a Cris e expliquei o estava se passando na bagunça da minha cabeça. Combinamos que ela estaria lá e não ia deixar isso acontecer de novo. Também não tive tempo pra fazer o curso de GentleBirth que eu queria pois não tinha como deixar a Teresa tanto tempo, mas escutei alguns áudios. Achei realmente que estava pronta para não pedir anestesia dessa vez, pois na minha cabeça era ela que tinha degringolado todo o parto da Teresa.
O parto do João
Dia 25 de dezembro acordei sentindo umas contrações, não estavam doendo, só que eram muitas. Comecei a contar e parecia que estavam ritmadas. A Andrea e a Cris estavam viajando, fiz todo mundo voltar correndo para São Paulo, mas no final as contrações eram resultado de uma virose que eu peguei da Teresa. No final do dia já não tinha mais nada. Que vergonha! Pelo menos testamos deixar a Teresa o dia todo com o meu pai e a mulher dele e foi tudo ótimo! Uma coisa a menos pra eu me preocupar no dia do parto de verdade.
Comecei a ficar bem ansiosa pois o tempo estava passando, desde 38 semanas estava fazendo massagem no colo do útero com a Andrea no consultório, e também com a Cris. Cada dia mais perto da DPP e meu medo de induzir novamente estava cada vez maior. No dia 31 de dezembro a Andrea mandou uma mensagem de manhã falando que estava no hospital, pra gente passar lá para fazer mais uma massagem. Já estava fazendo dia sim dia não.
Fomos para lá de manhã mesmo e o colo continuava grosso. Relaxei, ligamos para uns amigos que dariam uma festa de Réveillon e fomos comprar coisas para ir também. Na festa senti umas contrações mais fortes, principalmente depois da meia noite, mas achei que fosse porque a Teresa estava com muito sono e não parava de mamar. Eu estava cansada pois não fico na rua até essa hora desde que ela nasceu e as contrações estavam mais doloridas, mas achei que fosse só sono.
Passei o dia 1º todo sentindo algumas contrações mais fortes bem esparsas durante o dia, avisei meu pai para descansarem que talvez no dia seguinte a Teresa fosse precisar da energia deles.
Coloquei a Teresa para dormir, e lá pela meia noite e pouquinho ela acordou. Eu fui no quarto, deitei um pouco com ela, voltei pro nosso quarto e senti uma dor bem mais forte. Liguei para a doula e pra Cris, dessa vez era sério.
A doula chegou umas 5 horas da manhã. Eu já não tinha dormido direito porque estava com contrações desde a 1 hora da manhã. Estavam vindo com uma média de mais ou menos 10 minutos, mas sem ritmo. Ela ficou aqui até as 9 horas. Foi um pouco para a casa dela descansar e a Teresa acordou. Chamei meu pai e começamos a arrumá-la.
Passou pela minha cabeça, durante toda a gestação, que ela ficaria com a gente até a hora de ir para o hospital. Mas nas contrações que tive na frente dela, mesmo em silêncio, ela subia em cima de mim, abria meu olho e perguntava se estava tudo bem. Ainda bem que eu me preparei para deixar ela sair sozinha.
Ficou super contente e saiu com o meu pai e minha madrasta umas 10 e pouco. Logo depois saiu o tampão.
As contrações estavam fortes eu fui comer alguma coisa e deitar mais um pouco. Tentei dormir mas não dava. A doula chegou meio dia. A Cris chegou às 13h. Estava com muito pouca dilatação, de 3 para 4 centímetros. A Andrea pediu pra ela voltar em 2 horas.
Ficamos fazendo os exercícios do spinning babies que a Cris passou. Ela voltou às 15 horas e estava ainda com pouca dilatação, de 4 para 5 centímetros. Pedi para ir para o hospital pois queria anestesia, já não aguentava mais aquela dor. Elas disseram que se eu fosse muito cedo aumentaria muito a chance de uma intervenção, pois eu não conseguiria ficar muito tempo lá sem entrar nos protocolos do hospital. Na verdade eu já não queria nem saber de nada, minha cabeça já estava travada, eu só queria que acabasse aquela dor. Já tinha desistido do meu plano de parto e queria anestesia.
Entendi que seria melhor não ir tão cedo e resolvi tentar mais um pouco aliviar a dor de outras formas. Então a Andrea pediu para a Cris voltar em 4 horas. Já estava com muita dor e entrei no chuveiro lá pelas 17 horas. Fiquei lá uns 40 minutos entre gritos e muito choro, a água quente acabou e voltei pra cama. Entre as contrações tudo o que eu queria era deitar um pouco e descansar, mas não dava tempo, a dor vinha de novo e eu tinha que gritar.
A Cris voltou às 19 horas e eu estava ainda com 5 de dilatação. Minha cabeça não relaxava, meu corpo não relaxava, não deixava vir a próxima. O corpo todo travava. Desse jeito ia demorar muito mais.
Às 20:20 saímos para o hospital. Estava já querendo matar todo mundo que me dissesse para tentar outros métodos de aliviar a dor, ou tentar relaxar os músculos. Eu mesma já tinha aceitado que não ia conseguir o parto sem anestesia que eu queria tanto. Eu só mentalizava que dessa vez não ia virar cesárea, e eu tinha me cuidado melhor, comido e bebido água, não ia ter febre e fazer o bebê tomar antibiótico. Só pensava nisso.
Chegando lá, a banheira não estava montada como nós esperávamos, eu pedi para não encher pois queria mesmo era a anestesia. Acabaram enchendo, e mal começou a colocar água, eu já entrei e fiquei lá esperando o anestesista. Logo depois ele chegou e eu recebi a anestesia somente às 21:50 horas.
Na hora os batimentos do João caíram, mas a Andrea conseguiu reverter em alguns minutos. Ficamos muito tensos na hora, todo mundo achando que ia virar cesárea. Fiquei um pouco deitada e descansei até voltar tudo ao normal e eu poder levantar. A Andrea estourou a bolsa pra ver se tinha mecônio e estava tudo bem. Dança, pula, abaixa, senta na bola, spinning babies, a dilatação foi aumentando.
Recebi a notícia de que a Teresa tinha dormido (pela primeira vez na vida sem ser no meu colo, já passava da meia noite e ela adormeceu no carro, pois não dormia de nenhum outro jeito) e eu fiquei bem mais tranquila para continuar.
Estava em 8 centímetros, pedi outra dose de anestesia, deitei um pouco de novo, fiquei deitada com a Andrea do meu lado durante mais ou menos uma hora e meia . De repente ela notou que eu estava tossindo muito, e não sabia por que. “Senta aqui”, ela disse, “eu acho que você está fazendo força”. Meu marido logo concordou e disse que eu sempre tossia quando fazia força. Não era uma coisa que eu tinha reparado em mim. A Cris concordou que era reflexo de empurrar, o anestesista achava que fosse outra coisa e pediu pra eu deitar, a Andrea insistiu muito que era reflexo de força e pediu para eu sentar no banquinho, então ele quis ver minha temperatura. Olhei para meu marido com uma cara dizendo “Temperatura não, de novo não!”. Mediram e eu não estava com febre, estava tudo bem!
Sentei no banquinho, comecei a fazer força! Ela falava “empurra que vai nascer!”, “é agora, ele tá vindo, prende o ar e empurra, chegou a hora”. Não acreditava naquilo, agora pouco eu escutei a Andrea dizendo que eu tava com 8 centímetros de dilatação só, que ainda precisava descer, a Ana Paula nem tinha saído de casa, e de repente eu estava sentada no banco fazendo força e empurrando.
Estava doendo bastante, já não dava para dar outra dose de anestesia, mas de acordo com ele a dose anterior ainda estava fazendo efeito.
Foram algumas forças que eu fiz, não me lembro quantas, a Andrea embaixo de mim dizendo que já estava vendo a cabeça, a Cris pegou minha mão, olhou pra mim e disse: “É agora aquele momento que você tanto esperou, faz força que está chegando”. A Andrea perguntou se eu queria sentir a cabeça vindo, eu disse “não, quero empurrar de novo”, estava ardendo. Fiz mais uma força e a cabeça saiu. Olhei para baixo e não acreditava naquela cabeça para fora de mim, tão pequena e ao mesmo tempo tão grande para o espaço que ela percorreu. Faltava o resto do corpo, mais uma força, e saiu tudo.
Peguei no meu colo, não acreditava que tinha dado certo, foi tudo muito rápido, não tinha entendido que de repente eu já estava empurrando e ele nasceu, tão grande, melado e molinho. Quando recebi as fotos vi que eu sentei no banquinho à 1:40 e ele nasceu às 2:12, foi realmente muito rápido, só que para mim parecia que tinham sido alguns poucos minutos. Quando meu marido conta essa história para os nossos amigos ele sempre fala que eu sentei no banquinho e já saiu o bebê. Nós dois tínhamos ficado com a impressão de serem alguns poucos minutos.
Estranhei que não chorava, e logo em seguida me pediram para pegar ele para aspirar. Meu coração foi a mil, não tinha visto que ele estava com mecônio e não sabia que deveria ter chorado logo de cara. Estava um pouco roxo, e como ele estava molinho disseram que era melhor aspirar o mecônio antes que ele chorasse sozinho e o mecônio fosse para o pulmão. Entrei em desespero até escutar o choro dele.
Ele ficou, no total, 5 minutos na caminha dele com os pediatras, e para mim pareceu uma eternidade. Pedi para o meu marido não tirar o olho dele e então vi que a Ana Paula estava lá também, o que me deixou mais tranquila. Eu já estava deitada na cama e a caminha dele ficava do lado da minha, só que um pouco mais alta.
Voltou para o meu colo, chorando, e se acalmou. Ficou quieto, deitado no meu peito, descansou e coloquei ele perto do meu peito. Ele abriu a boca, e às 2:20 já estava mamando. Ficou bastante tempo mamando ali comigo, eu cheia de sangue, mecônio, suor, fios pendurados e ele deitado ali comigo, cheio de vida, mamando com o olho aberto, olhando para mim.
Eu estava em êxtase! Adrenalina, ocitocina, tudo correndo pelo meu corpo ao mesmo tempo. Queria gritar de alegria, queria apertar meu bebê o mais forte possível no meu peito.