A obstetriz Priscila constantemente monitorava minha barriga com o estetoscópio para escutar minha bebê. Eu já estava exausta e pedi a anestesia. E as três falaram juntas: “Mas agora já está nascendo!”. Senti com a mão a cabecinha dela. Nessa hora pensei: vou fazer toda a força para ela sair logo! E depois de algumas empurradas ela nasceu. Meia noite e 40. Linda linda, quentinha! Que sensação louca! Que alívio por estar tudo bem, pelas cólicas terem terminado, pela minha bebê estar finalmente nos meus braços depois de 9 meses de expectativa!

Relato de um parto normal sem analgesia

Recém-nascido no colo da mãe após o parto
Foto: Arquivo Pessoal

Quando engravidei, comecei a ler sobre tipos de partos e a pesquisar sobre o assunto. Eu me consultava com a mesma ginecologista desde a adolescência, e apesar de gostar muito dela, pelas nossas conversas percebi que o parto humanizado não era a praia dela.

Decidi procurar outra médica e três pessoas que não se conhecem me indicaram a Dra. Andrea. Quando a conheci, tive certeza e tranquilidade, seria ela a “fazer” o meu parto. Na verdade, como ela mesma disse, quem faria o parto seria eu.

No dia do parto, à tarde, havia feito exame de toque em consulta com ela e já estava com 2 centímetros de dilatação. Fui para casa e uma colicazinha começou. Tomei Buscopan e a dor não passou. Fui tomar um banho quente para ver se melhorava e percebi que as contrações, embora fraquinhas, já entravam em um ritmo de 2 em 2 minutos. Do chuveiro, falei para o meu marido: “Acho que posso estar em trabalho de parto… Ligue para a doula, a obstetriz e a Dra. Andrea!”.

Ele foi passando as informações para elas e, em uma hora, a doula e a obstetriz estavam na minha casa. Um novo exame de toque, e às 8 da noite eu já estava com 6 centímetros de dilatação.

Fomos para o hospital e, já com dor e contrações mais intensas, fui direto para o chuveiro enquanto enchiam a banheira.

O engraçado é que eu tinha contratado a doula, e meu marido tinha aprendido a fazer umas massagens para aliviar minha dor, mas na hora eu não queria que ninguém encostasse em mim. Me incomodava.

Fiquei quase todo o trabalho de parto de olhos fechados, me conectando com a minha bebê e me concentrando em tentar fazer a dor passar. Mas só de saber que toda a equipe e o meu marido estavam lá para o que eu precisasse, já me sentia mais tranquila.

Na banheira, com água quente, eu relaxei e acho que até adormeci durante um minuto, no meio das contrações. Elas se intensificaram e eu sentia que minha barriga fazia uma força para o bebê baixar.

Então saí da banheira, pois no hospital Albert Einstein não é permitido ter parto na água. Fui para a maca, mas não encontrei posição confortável lá. Logo a Dra. Andrea percebeu e perguntou se eu queria sentar na banqueta. Aceitei e lá sentir ela descer mais.

A obstetriz Priscila constantemente monitorava minha barriga com o estetoscópio para escutar minha bebê. Eu já estava exausta e pedi a anestesia. E as três falaram juntas: “Mas agora já está nascendo!”. Senti com a mão a cabecinha dela. Nessa hora pensei: vou fazer toda a força para ela sair logo! E depois de algumas empurradas ela nasceu. Meia noite e 40. Linda linda, quentinha! Que sensação louca! Que alívio por estar tudo bem, pelas cólicas terem terminado, pela minha bebê estar finalmente nos meus braços depois de 9 meses de expectativa!

Procurei uma assistência humanizada pois, depois de entender o que era isso, para mim não fazia sentido não ter esse atendimento e parto humanizado. Principalmente no parto, você ter autonomia para parir na posição que quiser, respeitar o seu tempo para tê-lo e ter uma equipe totalmente paciente e que quer o mesmo que você é fundamental. Ficar com o bebê em contato comigo logo após nascer, sem intervenções desnecessárias e infelizmente tão comuns, era outra das fortes razões para eu buscar esse tipo de assistência.

Li blogs sobre o tema, livros, fui a palestras e conversei com amigas que tiveram esse tipo de parto. Foram elas que me mostraram isso pela primeira vez, antes mesmo de eu pensar em engravidar. A busca não foi fácil, mas em uma mesma semana, por acaso, 3 pessoas me indicaram a Dra Andrea. Achei q era um sinal, e depois de conhecê-la, na Casa Moara, tive certeza de que tinha achado a médica certa. A Dra. Andrea passa muita confiança, muita calma e tranquilidade. Isso foi fundamental para eu me sentir segura.

Também fiz uma preparação com epi-no e exercícios para o assoalho pélvico com uma fisioterapeuta. É difícil dizer o quanto ajudo e qual seria a diferença se eu não tivesse feito. Levei 5 pontos no períneo pois quando minha bebê nasceu tive laceração. Mas, com certeza, psicologicamente esse preparo ajudou muito, porque me ajudou a ficar mais tranquila para o parto. Eu sabia que tinha feito tudo que estava ao meu alcance para aquele momento ser o melhor possível.

E hoje, olhando para trás, posso afirmar com certeza que não faria nada diferente.