Penso que o parto sempre muda a gente. Nasce uma criança, nasce uma mãe, há todo um movimento, e nasce também uma consciência de que a gente pode se planejar, e também pode respeitar como as coisas acontecem. Isso é o mais importante: respeitar o momento, a natureza, especialmente com o acompanhamento de um profissional que entende o processo.

Relato de uma cesárea que se fez necessária durante uma indução de parto

Foi o meu segundo parto. No primeiro tive que fazer uma cesárea, e fui super bem assistida, mas quis acreditar que tinha mais possibilidades, e que as coisas poderiam acontecer de maneira mais natural.

Procurei uma assistência humanizada e tive boas indicações. Conhecia uma pessoa que teve uma cesárea e, depois, um parto normal assistido pela Dra. Andrea, e comecei a fazer o pré-natal com ela. Durante o processo, senti as coisas fluirem de uma maneira muito natural. Ao mesmo tempo, percebia um cuidado, uma atenção e um zelo muito grande.

Minha segunda gestação teve momentos de estresse, e a Andrea preferiu me afastar do trabalho com 32 semanas por conta do crescimento do bebê. O percentil estava baixo, e ela explicou que isso era uma precaução. Senti, em todos os momentos, que ela procurou fazer de tudo para que esse momento fosse o mais humanizado possível.

Eu me preparei para o parto procurando criar minha conexão com o momento, com o que estava acontecendo, e fazendo o que me era aconselhado: epi-no, meditação, e deixar as coisas fluirem.

Tive diabete gestacional e pressão alta e fui muito bem acompanhada pela Dra. Andrea, que com 38 semanas indicou colocar o balão cervical para preparar o colo, já que eu tinha tido 3 picos de pressão. Comecei a sentir contrações, mas ainda não estavam ritmadas, então fiz acupuntura. Depois do quarto pico de pressão, ela me falou que se não entrasse em trabalho de parto, teríamos que induzir.

O trabalho de parto começou naturalmente, e foi tudo muito novo para mim, porque não cheguei a ter essa experiência na primeira gravidez. Cheguei a 6 centímetros de dilatação, a bolsa estourou, mas o David estava perdendo um pouco os batimentos, e a Dra. Andrea achou melhor, pelos acontecimentos, fazer uma cesárea. Eu senti um esforço e empenho dela, e acho que a gente tem que respeitar o que a natureza nos apresenta.

David chegou em uma cesárea bem tranquila. Logo veio para o meu peito, o cordão não foi cortado na hora, ele permaneceu comigo durante todo o processo de recuperação, e eu senti que esse momento especial foi humanizado e muito positivo.

Penso que o parto sempre muda a gente. Nasce uma criança, nasce uma mãe, há todo um movimento, e nasce também uma consciência de que a gente pode se planejar, e também pode respeitar como as coisas acontecem. Isso é o mais importante: respeitar o momento, a natureza, especialmente com o acompanhamento de um profissional que entende o processo.