Tudo foi tão rápido e cuidadoso, Daniel veio direto para o meu colo. O rostinho bem pertinho do meu. Ele estava vivo, perfeito e lindo! E, no fim, o mais importante é que ele estava comigo, que estava bem.

Relato de uma cesárea humanizada: Nascimento do Daniel

Foto: Evelyn Angel

Estava preparada para o parto humanizado. Na verdade, eu sonhava e deseja isso. Contudo, por conta da diabetes gestacional, que resolveu descompensar no finalzinho, começamos com várias iniciativas para tentar fazê-lo vir ao mundo naturalmente.

Massagem no colo do útero, exercícios físicos mais intensos, acupuntura, óleo de rícino. Por uma semana e meia tentamos esses recursos, mas Daniel não queria nascer.

Dra. Andrea optou por me internar para tentar aqueles comprimidos no colo do útero, foram 4, mas eu não entrava em trabalho de parto. Depois iniciamos a ocitocina e ainda assim, nada desse neném querer nascer, nada de contrações.

Foi quando ela rompeu a bolsa artificialmente que eu comecei a sentir as contrações e pensei, agora vai! Mas não foi… Tentamos as manobras na bola e banheira. Com 7 cm de dilatação precisávamos que ele encaixasse e isso não aconteceu.

Depois de um tempo sem evolução no parto, lembro de ela nos olhar com ternura e dizer com delicadeza que não poderíamos esperar mais. Fiquei arrasada, pois era como se eu não tivesse conseguido parir. Chorei junto com meu marido e nos abraçamos.

Ela disse: “Tentamos tudo e não podemos esperar mais, é pelo seu bem e pelo bem do bebê”.

“Pelo bem do bebê”. Fiquei pensando e isso aliviou minha dor. Agora, tem algo que eu queira mais que o bem do meu bebê? E então surgiu uma sensação grande de alívio.

Tudo foi tão rápido e cuidadoso, Daniel veio direto para o meu colo. O rostinho bem pertinho do meu. Ele estava vivo, perfeito e lindo! E, no fim, o mais importante é que ele estava comigo, que estava bem.

Depois de uns dias vi uma frase – desconheço o autor -, que me confortou fortemente: “Não importa se é natural ou cesárea. Parto humanizado é aquele que respeita a mãe, o bebê e o seu tempo”. E desde então eu sinto assim, que tive uma cesárea humanizada.