Ilustração: Marcella Briotto

Nas últimas décadas tem havido um aumento progressivo na taxa de cesárea da maioria dos países, por fatores ainda desconhecidos. Esse crescimento é um grande problema de saúde pública e causa debates em todo o mundo devido, entre outros motivos, aos potenciais riscos maternos e perinatais associados.

Para ajudar na interpretação das causas desse aumento e na implementação de mudanças favoráveis, a Organização Mundial de Saúde – OMS adotou a Classificação de Robson para agrupar mulheres quando são admitidas no hospital para terem o parto, de forma que possamos comparar as taxas de grupos homogêneos.

Tradicionalmente, monitoramos as taxas de cesárea usando a porcentagem geral de partos. Variações nesta “taxa geral de cesárea” são difíceis de interpretar e comparar devido a diferenças nas características das mulheres (por exemplo, percentual de mulheres com cesárea anterior, necessidade de indução, gemelares, pélvicos, etc).

As variáveis usadas para a Classificação de Robson são: se a mulher já tem filhos, se já teve cesárea, se o bebê está de cabeça para baixo, sentado ou transverso, se é gestação única ou gemelar, se a idade gestacional está abaixo ou acima de 37 semanas, se o parto tem início espontâneo, é induzido ou se é feita uma cesárea eletiva.

De acordo com essas variáveis, classificamos as mulheres quando elas são internadas para terem o bebê da seguinte forma:

Ilustração: Marcella Briotto



Cada grupo tem riscos diferentes para cesárea, e a quantidade de mulheres de cada grupo varia de acordo com a complexidade do hospital ou serviço de saúde.

Siga o organograma e veja como a mulher que chega ao serviço de saúde ou hospital para ter o bebê é classificada:



Abaixo, veja as taxas de cesárea por grupos de Robson de pacientes acompanhadas pela obstetra Andrea Campos. Ao todo foram 1794 partos acompanhados entre 2004 e 2022, no setor privado. Os dados são comparados com os de hospitais do setor privado da cidade de São Paulo , do Brasil e com as estatísticas da Suécia, um dos países com melhores resultados perinatais do mundo.

Fonte: Sociedade Sueca de Ginecologia e Obstetrícia e Painel de Monitoramento de Nascidos Vivos, 2022.



Se quiser consultar as taxas dos Hospitais públicos e privados do Brasil, visite o painel da Secretaria de Vigilância em Saúde.